segunda-feira, 11 de maio de 2009

Cheia em Santarém

Nas postagens abaixo, imagens de Santarém alagada, feitas no último domingo, 1o de maio. Até!

Mais imagens...




Imagens do rio Tapajós cheio em Santarém

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A volta


Volto a postar no blog, agora espero com regularidade, já que a vida ficou mais tranquila, na "Pérola do Tapajós". Como um dos assuntos mais quentes do momento é o rio Tapajós invadindo a cidade, me inspirei sobre o tema. Para ilustrar, uma imagem feita no centro comercial no dia 05 de maio. Até!


O rio

Diz a música do Paulinho da Viola: “foi um rio que passou em minha vida, e meu coração se deixou levar”. Nesses tempos de enchente e rio cheio, achei por bem re-inaugurar esse espaço com algumas considerações sobre os povos do rio, pessoas de água, como eu.

Nasci aqui e passei anos longe desse rio, o Tapajós, que, modéstia à parte, deve ser um dos mais belos desse mundo. Somente os que nascem e vivem à beira de rios, sabem o que significa sair do seu lugar, e ir para outro, onde o rio se esconde por trás dos prédios, onde as águas sujas não nos dão mais peixes, e sim lixo. Acostuma-se com tudo, e aos poucos, vamos substituindo a paisagem da infância por outras, o que não deixa de ser enriquecedor também. Mas o rio azul, aquele, fica lá, guardado, como o amor adormecido.

A vida nas cidades à beira de rio tem aspectos únicos. Os barcos que vão e vêm carregando coisas e pessoas, o olhar para o infinito, que dá a sensação de que o mundo é bem maior, que a vida vai se embora no horizonte, que não estamos presos num pedaço de terra, que podemos, sim, sair, ir, ver o mundo que está lá, depois dessa água, e voltar. Ficar sentado na “beira”, esperando a fisgada do peixe que pode nunca acontecer, mas pelo menos treinamos nossa paciência e otimismo! O banho de praia, a piracaia, o passeio de canoa. Apaixonantes prazeres.

Como entender o ribeirinho que sofre todos os anos com a cheia, que constrói marombas, corre riscos, mas não sai de lá. Não abandona o rio, esse que lhe dá o peixe, a vida. Quem tem um rio só seu entende isso. Sou solidária a todos que passam necessidades urgentes com a enchente, e que merecem mais atenção e carinho de todos que tem o poder de ajudá-los.

Termino com os versos do meu pai, Emir Bemerguy: “...Tapajós, o sonho predileto, e o Amazonas, o querido bem...” Até!